“Já se disse que os dois maiores enigmas da existência são o Universo e a Mente Humana. Sabe-se, aproximadamente, o mesmo de um e de outro. Temos uma boa idéia de como eles se formaram, uma vaga idéia de como eles funcionam e nenhuma idéia de seus limites.
Falar de um ser humano física ou mentalmente limitado, portanto, é falar do desconhecido. Não sabemos os limites de ninguém. Um “incapacitado” pode nos surpreender com uma capacidade até então insuspeitada. E a toda hora vemos pessoas “prejudicadas”, ultrapassando as suas desvantagens. Porque não eram prejudicadas, eram prejulgadas.
Toda Mente é um universo separado, igual ao Universo infinito em seu poder de produzir luz e encantamento, às vezes do aparente caos, e na sua infinitude. Quando é limitada, é apenas pelo preconceito dos outros”.
Luis Fernando Veríssimo
Palavra da Presidente
No ano de 2010 nasceu meu filho Matheus, um lindo menino com 3.640kg, 50 cm de parto normal, um bebê muito desejado e amado por todos da família.
Até os seus dois anos e meio de idade, apesar de apresentar alguns comportamentos que chamavam atenção, como: não acenar com a mão, ficar em frente à TV e não atender aos chamados levava a vida com uma rotina normal... eu trabalhava, e Matheus ficava com a avó “coruja”, que se encantava a cada dia com suas travessuras, onde ele, dentro de casa, corria de um lado para outro, transbordando energia e saúde.
Nesse período, já ensaiava falar algumas palavras, mas, ainda, longe do esperado para uma criança de sua idade, sinais que me fazia, a cada dia, ter um olhar diferenciado sobre o seu desenvolvimento.
Meu conhecimento construído pela experiência profissional como Educadora Social, e nos estágios em Escolas Especiais durante a faculdade de Educação Física, me sinalizavam a possibilidade de algo que estava longe do que esperávamos naquele momento, mas tão perto da nossa realidade. Então chega a nossa casa, pelo diagnóstico, o Autismo CID 10 F84.0.
Com a ajuda da Dinda Mari, e demais pessoas que fazem parte de nossas vidas, começamos a trilhar caminhos em busca dos acompanhamentos médicos e terapêuticos. Por se encontrar em idade escolar, Matheus começou a frequentar uma Escola de Educação Infantil, “maravilhosa”, que acolheu meu filho com respeito e carinho durante três anos. Lá fazia passeios, explorava os brinquedos no pátio, e participava de eventos com os colegas, que lhes ajudavam muito. Mas, o tempo não pára nos guiando a uma nova etapa, a do 1º ano do Ensino Fundamental.
Escolhi uma escola pequena, achando que seria melhor sua adaptação, mas, infelizmente, começaram nossos problemas. Matheus chorava muito, provavelmente, estranhando aquele ambiente, e a Escola não conseguindo dar conta de um aluno, que na sua especificidade, se mostrava diferente dos demais, demonstrou ser incapaz de acolher uma criança em processo de inclusão.
Uma nova jornada se inicia em busca de outra escola, até eu ser aconselhada pela psicóloga que nos acompanhava, de colocá-lo numa Escola Especial, que se mantém até hoje, depois de três anos. Lá conheci outras mães com as mesmas preocupações e dúvidas sobre seus filhos, e por me fazer presente naquele espaço, fui convidada pela direção da escola para participar do CPM – Círculo de Pais e Mestres.
Foi no enfrentamento dessa realidade que comecei a participar de reuniões na Câmara dos Vereadores, onde tratam de assuntos referentes ao Autismo, e foi lá que abri caminhos em direção a um projeto, pensado por mim, chamado CREAPA- Centro de Referência Especializado em Autismo de Porto Alegre.
A partir daí surgiram idéias compartilhadas com pais e profissionais da área, para a criação da AFAPA – Associação de Pais e Amigos das Pessoas com Autismo, objetivando a realização de projetos sociais, entre eles, o CREAPA.
Foi um encontro de vidas, pois hoje somos uma equipe que se identifica com a mesma causa, propagar o conhecimento do Autismo para toda a sociedade.
Quero agradecer, em especial os membros da equipe diretiva dessa Associação, a Mari dinda do Matheus, Luciane mãe do João Pedro, Carolina mãe da Melina, Eduardo pai do Miguel, Juliana mãe do Luan, Baltazar pai do Davi, ao Edson pai do Guga, Isabel mãe do Lorenzo, Eduarda irmã do Téo, Raquel e Peterson pais do João Pedro, por esse encontro, e por estarem ao meu lado na realização desse sonho.
Com carinho o meu... Muito Obrigadaa!
Nara Pinheiro
Presidente da Associação
Últimas Notícias
15/10/2023
PROJETO PRÁTICAS ESPORTIVAS - PRATA FINA
Campanha Pratafina em prol do autismo gera resultados no Rio Grande do Sul
Orgulho, muito orgulho!
Recentemente Lilian Miranda, criadora da Pratafina, fez uma campanha para ajudar três instituições que atendem famílias que fazem tratamento para o autismo. A venda de produtos específicos, inclusive peças do acervo de Lilian Miranda, foi 100% doada para ajudar essas organizações.
Com muito orgulho e gratidão, soubemos que, com a doação, a Associação de Familiares e Amigos das Pessoas com Autismo (AFAPA), que fica em Porto Alegre (RS), criou o projeto Práticas Esportivas Pratafina. Um trabalho lindo que vai ajudar muitas outras famílias com um tratamento de qualidade.
O Projeto Práticas Esportivas cria um espaço de convivência e acolhimento de jovens e adultos com TEA, propondo a realização de práticas esportivas em grupos. O projeto tem como foco o desenvolvimento de habilidades específicas – cognitivas, motoras, perceptivas – assim como a socialização, a comunicação, a autonomia e a independência. Fonte: Blog Prata Fina